Pelo Sonho é que Seguimos e Somos
- Khriztina Belle

- Jan 5
- 2 min read
Updated: Jan 13
Sonhar é o que nos move. É o que dá significado à caminhada, mesmo quando o horizonte é desconhecido. Sem os sonhos, seríamos apenas passageiros de uma vida sem brilho.

No poema “Pelo sonho é que vamos”, Sebastião da Gama nos lembra que sonhar é mais do que um desejo de alcançar algo, é o que nos dá força para seguir. Ele nos convida a uma travessia que não se limita ao destino final, mas sim valoriza o movimento, o impulso de caminhar.
Não é o destino que define quem somos, mas os passos que damos, impulsionados por aquilo que imaginamos e desejamos alcançar.
Ele nos relembra que o sonho é tanto o ponto de partida quanto o que nos mantém vivos no percurso.
***
Pelo sonho é que vamos
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama (1924-1952)
Poeta e Pedagogo
Fonte: publicação revista Vida Simples, edição 275
***
A fé e a esperança como guias
“Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.”
Esses versos me trazem alívio. É como se Sebastião da Gama sussurrasse ao ouvido: “Nem tudo precisa de respostas”. Num mundo tão pautado por resultados, ele oferece um olhar mais leve, que valoriza o agora e o significado do caminho, independente do que nos aguarda adiante.
A entrega ao desconhecido
“Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.”
Às vezes, percebo o quanto resistimos ao inesperado, ao que foge do controle. No entanto, ele nos lembra da importância de simplesmente se entregar. Não apenas ao desconhecido, mas também ao cotidiano. Afinal, mesmo o dia a dia mais simples pode revelar uma beleza especial, ao se permitir viver com alegria.
Sonhar, seguir, ser
“Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.”
Esses versos me lembram que a vida não se resume à chegada, mas à coragem de seguir em frente. Cada passo, por mais incerto, reafirma quem somos e nos reconecta com a nossa essência. É na caminhada que me redescubro. Vivendo, aprendendo e permitindo que o caminho revele seus próprios significados.
***
Acredito que esse poema nos faz refletir que o sonho não está apenas na conquista, mas no ato de seguir em frente, de permitir-se viver, mesmo sem saber onde vamos chegar.
Ele nos convida a olhar para a vida com mais aceitação e menos cobranças.
A nos alegrar pelo simples fato de estarmos em movimento, colecionando histórias, mesmo que os frutos dessa trajetória ainda não sejam visíveis. Ele nos leva a questionar nossas próprias expectativas e a abraçar as incertezas como parte do caminho.
Quem sabe, podemos até chegar a algo melhor, algo que nem conseguimos imaginar.
Afinal, como sempre digo: “não sei o que não sei”. E é exatamente no desconhecido que os sonhos ganham vida, rumo a infinitas possibilidades.


